Como se os furacões precisassem de mais força.
As alterações climáticas causadas pelo homem estão a aumentar a intensidade dos furacões no Atlântico em toda uma categoria na escala de furacões de vento de Saffir-Simpson, que classifica os furacões com base no pico da velocidade sustentada do vento, informaram investigadores em 20 de Novembro em dois novos estudos.
De 2019 a 2023, as mudanças climáticas aumentaram as velocidades máximas do vento dos furacões em uma média de cerca de 29 quilômetros por hora (18 milhas por hora), ou aproximadamente a amplitude de uma categoria Saffir-Simpson, relatam pesquisadores em Pesquisa Ambiental: Clima. Da mesma forma, as alterações climáticas aumentaram a intensidade de todos os furacões em 2024 numa média de cerca de 29 km/h, aumentando o risco de danos causados pelo vento, mostra uma análise complementar da Climate Central.
À medida que as alterações climáticas aquecem o equador, a natureza procura redistribuir esse calor para outras partes do mundo, afirma Daniel Gilford, da Climate Central, um cientista climático baseado na área de Orlando, Flórida. “A maneira como nossa atmosfera funciona é com furacões.”
Gilford e colegas desenvolveram uma nova estrutura de atribuição para medir rapidamente a influência das mudanças climáticas na velocidade do vento de uma tempestade recente. Com base em registos históricos da temperatura da superfície do mar que remontam a mais de um século e em simulações computacionais do clima da Terra, os investigadores geraram simulações do moderno Oceano Atlântico Norte num mundo sem alterações climáticas. Eles então calcularam quais teriam sido as velocidades do vento dos furacões recentes sobre esses oceanos Atlânticos mais frios e, finalmente, compararam as velocidades hipotéticas com as velocidades observadas do vento dos furacões.
Dos 38 furacões que ocorreram entre 2019 e 2023, 30 atingiram intensidades aproximadamente uma categoria superiores devido às alterações climáticas. Três – Lorenzo em 2019, Ian em 2022 e Lee em 2023 – transformaram-se em furacões de categoria 5.
Da mesma forma, em 2024, as alterações climáticas aumentaram as intensidades máximas de cada furacão em 14 a 43 km/h (9 a 28 mph). As velocidades máximas do vento dos furacões Helene e Milton foram aumentadas respectivamente em cerca de 25 km/h (16 mph) e 40 km/h (23 mph), empurrando-os da categoria 4 para a categoria 5 (SN: 01/10/24; SN: 09/10/24).
O furacão Rafael foi intensificado por impressionantes 45 km/h (28 mph), passando da categoria 1 para a categoria 3 ao atingir Cuba em novembro. “As alterações climáticas estão agora a permitir que tempestades muito intensas persistam no final da temporada”, diz Gilford.
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