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Brasil quase sofreu golpe militar de extrema direita, afirma relatório policial | Brasil

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O Brasil esteve perto de um golpe militar de extrema direita e do assassinato de um juiz do Supremo Tribunal poucos dias antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir o poder em janeiro de 2023, afirmou um relatório da Polícia Federal.

O relatório sobre a alegada conspiração para ajudar o populista de direita Jair Bolsonaro a manter-se no poder foi tornado público na terça-feira e pinta um retrato arrepiante de quão perto uma das maiores democracias do mundo esteve de ser mergulhada novamente num regime autoritário.

O documento de 884 páginas descreve uma conspiração complexa de três anos que os investigadores acreditam ter sido concebida para preparar o caminho para a tomada do poder militar, usando as redes sociais para disseminar falsas alegações de fraude eleitoral que os conspiradores esperavam que justificassem tal intervenção aos olhos do público. .

A polícia afirma que a conspiração deveria atingir “o seu apogeu” em 15 de dezembro de 2022 – quinze dias antes de Lula tomar posse, depois de derrotar Bolsonaro por pouco nas eleições presidenciais de outubro.

Os conspiradores, incluindo várias figuras militares de alto escalão, supostamente esperavam que naquele dia Bolsonaro assinasse um “decreto de golpe” que permitiria efetivamente uma tomada de poder militar.

Em 16 de dezembro de 2022, “após a consumação do golpe de Estado”, o relatório afirma que dois aliados próximos de Bolsonaro – o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e o ex-ministro da segurança institucional, general Augusto Heleno – seriam colocados no comando de um gabinete de “gestão de crises”.

O relatório da Polícia Federal – que o Guardian analisou – afirma que a única razão pela qual Bolsonaro não assinou o decreto que bloqueava a transferência do poder foi porque os conspiradores não conseguiram obter apoio suficiente dos altos escalões militares do Brasil.

“A evidência [gathered] …mostra que o comandante da Marinha, Almir Garnier [Santos]e o ministro da defesa, [Gen] Paulo Sérgio [Nogueira de Oliveira]aderiu à tentativa de golpe. No entanto, o [army] comandante [Marco Antônio] FreireGomes e [Carlos de Almeida] Baptista Júnior, da Aeronáutica, posicionou-se contra qualquer tipo de medida que provocasse uma ruptura institucional no país”, alega o relatório.

A Polícia Federal disse que a única coisa que impediu a tentativa de golpe foi “a postura inequívoca” de Freire Gomes, Baptista Junior e da maioria do alto comando do Exército. Afirmou que essas pessoas “permaneceram fiéis aos valores que regem o Estado democrático de direito e não cederam à pressão golpista”.

Bolsonaro foi formalmente acusado na semana passada de ser uma das 37 pessoas envolvidas em uma conspiração criminosa destinada a destruir o sistema democrático do Brasil por meio de um golpe de estado de direita. Ele negou essas acusações na terça-feira, chamando-as de loucura.

“Nunca discuti golpe com ninguém”, disse ele a repórteres na capital, Brasília. “Se alguém tivesse vindo e falado comigo sobre um golpe, eu teria perguntado: ‘E no dia seguinte? O que o mundo faria?’”

O general Braga Netto negou na semana passada que uma conspiração golpista estivesse em andamento, chamando tais afirmações de “fantasiosas e absurdas”. O Gen Heleno ainda não comentou as alegações da polícia, mas no ano passado negou publicamente estar envolvido nos preparativos para um golpe.

O Gen Nogueira de Oliveira e o Almirante Almir Garnier Santos ainda não comentaram publicamente as alegações.

Mais detalhes a seguir…

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