Há cerca de 1,5 milhões de anos, duas espécies antigas cruzaram-se nas margens de um lago no Quénia. Suas pegadas na lama ficaram congeladas no tempo e permaneceram desconhecidas até 2021.
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Agora, a análise das impressões revela que elas pertenciam a Homo erectusum antepassado dos humanos modernos e o parente mais distante Paranthropus boisei. Os dois indivíduos caminharam pela área do lago com horas ou dias de diferença – deixando o primeiro registro direto de diferentes espécies arcaicas de hominídeos coexistindo no mesmo local.
“Este é o primeiro instantâneo que temos dessas duas espécies que vivem na mesma paisagem imediata, potencialmente interagindo uma com a outra”, diz o coautor do estudo Kevin Hatala, paleoantropólogo da Universidade Chatham em Pittsburgh, Pensilvânia. O estudo foi publicado em Ciência em 28 de novembro1.
As impressões preservaram detalhes sobre os indivíduos, incluindo a altura dos arcos dos pés, o formato dos dedos dos pés e os padrões de caminhada.
“É realmente um instantâneo no tempo”, diz Tracy Kivell, paleoantropóloga do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, Alemanha.
“Estas pegadas fossilizadas são o mais próximo que vamos chegar de ter uma máquina do tempo que nos leve de volta a uma margem de um lago da África Oriental, há 1,5 milhões de anos”, diz Bernard Wood, paleoantropólogo da Universidade George Washington, em Washington DC.
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