As autoridades venezuelanas anunciaram uma recompensa de 100 mil dólares por informações que levem à captura do candidato exilado da oposição Edmundo González Urrutia, que insiste ter derrotado o presidente Nicolás Maduro nas urnas.
A polícia publicou nas redes sociais uma foto do ex-diplomata, até então pouco conhecido, com a palavra “procurado” abaixo da imagem.
Ele fugiu para a Espanha em setembro, depois que Maduro reivindicou a vitória nas eleições de 28 de julho e reprimiu duramente a dissidência.
González, de 75 anos, prometeu regressar ao seu país conturbado e economicamente em dificuldades para ser empossado como presidente em 10 de janeiro, em vez de Maduro, que deverá prestar juramento naquele dia.
Autoridades judiciais disseram à AFP que o cartaz de procurado com o rosto de González seria exibido em aeroportos e postos de controle policial de todo o país.
A Espanha concedeu asilo a González em 20 de dezembro, depois que a Venezuela anunciou acusações de conspiração e extorsão contra ele.
A Venezuela declarou Maduro o vencedor de um terceiro mandato de seis anos na votação de julho, mas a oposição criticou, dizendo que detalhou os números dos locais de votação que mostram que González venceu com folga.
O governo tem resistido à intensa pressão interna e externa para divulgar resultados eleitorais que comprovem a sua reivindicação de vitória. Os protestos de rua eclodiram após as eleições e transformaram-se em confrontos com a polícia, com 28 mortos, 200 feridos e mais de 2.400 presos.
Três detidos morreram na prisão e quase 1.400 dos inicialmente detidos foram libertados.
Maduro foi escolhido a dedo pelo falecido ícone socialista Hugo Chávez para sucedê-lo após sua morte em 2013.
Maduro supervisionou o declínio do país rico em petróleo para a ruína económica e foi acusado de agir como um duro ditador de esquerda ao reprimir a dissidência e se agarrar ao poder.
Apenas um punhado de países, incluindo a Rússia, aliada venezuelana, reconheceram Maduro como o vencedor das eleições de julho.
Os Estados Unidos e o Parlamento Europeu reconheceram González como “presidente eleito”.